01 novembro 2006

Transplante Autólogo de Medula Óssea no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás

Ricardo Guimarães Pecego (MD) & Celso da Cunha Bastos (MD).

Em março do ano de 1996 o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG) realizou seu primeiro Transplande Autólogo de Medula Óssea. Nessa ocasião, a equipe do Serviço de Hematologia era multidisciplinar, composta pelos médicos professores da Faculdade de Medicina Celso da Cunha Bastos (Chefe Serviço) e Ricardo Guimarães Pecego; além de Adriana Barbosa do Prado (médica do HC), Anamárcia Fontes (Médica Estagiária do Serviço de Hematologia), Laene Maria Marinho da Mota Sano (Enfermeira), Luciana Alves de Oliveira (Biomédica), Renata Carvalho Murad (Farmacêutica), Sebastião Benício da Costa Neto (Psicólogo), Fernanda Bueno (Nutricionista), e Eulange de Sousa (Assistente Social). O Professor Ricardo Pecego fez seus estudos sobre Transplante de Medula Óssea no Institute J. Paoli I. Calmettes, Marseille (França) no Serviço do Dr D. Maraninchi; e, também, no Fred Hutchinson Cancer Research Center em Seatle/USA com o Dr Donald Thomas, e trouxe a técnica de transplante de medula óssea para o Estado de Goiás.
A paciente tinha 41 anos de idade e diagnóstico de Adenocarcinoma de mama. Foi submetida a mastectomia em 1995 e tinha recebido 07 ciclos de quimioterapia com Fluoruracila, Doxorubicina e Ciclofosfamida.
Posteriormente, concordou em se submeter ao Transplante Autólogo de Medula Óssea no Hospital das Clínicas/UFG. Como terapia de condicionamento foi utilizado o Melphalan (140 mg/m2) e Ciclofosfamida (120 mg/kg). Vinte quatro horas após, recebeu infusão de 600ml de células progenitoras frescas colhidas de sua própria medula óssea quarenta e oito horas antes. A alta hospitalar ocorreu 25 dias após a infusão da medula. Transcorridos 10 anos, a paciente encontra-se trabalhando normalmente, sem queixas relacionadas com a doença de base ou com o transplante realizado, e ainda é acompanhada pelo Dr Ricardo Pecego. Depois desse Autotransplante, foram realizados mais oito no Hospital das Clínicas/UFG, utilizando, nesses transplantes, células progenitoras colhidas no sangue periférico. Dos pacientes transplantados, 04 ainda são acompanhados pelo serviço de oncologia; 02 evoluíram posteriormente para o óbito; três perderam contato com Hospital das Clínicas/UFG. Nenhum evoluiu para óbito antes de decorridos cem dias. As doenças de base que motivaram as indicações de quimioterapia e, posteriormente, o Autotransplante de medula óssea foram: Adenocarcinoma de mama, Osteossarcoma, Linfoma de Hodgkin, e Mieloma Múltiplo. No ano de 2001 o Projeto da Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas/UFG foi desativado.